você me viu nascer
de um impulso
mesmo sem pulso
um susto
nada confuso
eu te vejo esquecer
o meu esquecer
sorrio
o meu ex-sorriso
de quem sabia de tudo
e que ainda sabe de tudo
pânico
panicá
panilá
vá
fique, sei lá
saiba, pra variar
Saiba, pra variar
julho 28, 2009Desnuda!
julho 28, 2009entre aspas
há um espaço
que percorro
até perceber a
outra parte
de um duplo
triplo, triste
ser obscuro
triste é o triplo
distante é o duplo
tento fechar as aspas
com ninguém dentro
e quando consigo
e me olho
de dentro
“paredes por fora”
que não prendem porra nenhuma
que não mentem porra nenhuma
e que metem porra pra caralho
na dupla face desnuda
Apareça
julho 28, 2009ser outro
que eu sonhei
ser o outro
como poucos
são
e o tempo todo
eu era
todo
o tempo
morto
mar
morto
que me morre
a cada onda
de seu ser plano
se ao menos fosse aeroplano
ou se ao menos fosse
um vôo pra disfarçar
o chão
que nem pra baixo
permite mais
e pra cima gravidade
não existe
onde deus não dá
julho 5, 2009respira
onde deus não dá
contorce
espera que
apunhale
e fale
alguns anos a menos
não temos
prende o ar
o corpo sabe
o mundo também
metade
do meu outro
não
é meu
arde
lá dentro de mim
carne
um frio dos teus tropicos
sal de
nós diluido
a quem reina eu digo
não seja eu
quem eu sigo
não te siga.
Pranto
julho 5, 2009e passaremos o tempo
assim, desse jeito
não o que perdemos
nem importa se o atraso é de 2 minutos
se o atraso é o do vento
que inexiste pelo tempo
se atraso é esse momento
e não o que sempre já passou
mas dentro
rasga
como um rosto
recompondo
o estrondo
terceira pessoa do singular
do plural do mesmo
me atrasa
você bem que previa
todavia já são vinte para meia-noite
suas mãos estão ainda mais frias
eu sei que fui eu que te propôs um calor pra sempre
mas você me olhava como se o cimento
mas isso não importa tanto quando é quase meia-noite
e eu quase não lembro
como se faz um ponto-final
que não soe como pergunta
pergunta atrasada com um pranto atrasado
todavia
ponto